terça-feira, 21 de junho de 2011

Quando a noite cai.





‘Anoitecia. E ela não conseguia dormir. Ela tentava. Mas não era capaz. Suas mãos ficavam frias. Seus pés ficavam gelados. Seu coração ficava endurecido. Ela queria demonstrar que era forte. Mas ela não era.Ela fingia que estava bem. As pessoas acreditavam. Ela aparentava estar feliz. Mas ela não estava. Ela queria desabafar. Mas não achava ninguém disposto a ouvir. Então preferiu guardar pra si toda a dor, toda a mágoa,todo o sofrimento. Sofria sozinha e calada. Sorrindo para ninguém perceber. Era difícil pra ela. Doía. Mas ninguém se importava. Ela percebia. Mas ela aguentava. Até que ela sozinha ficava, entre as quatro paredes do quarto, com a porta trancada, debruçada sobre o chão, chorando baixinho pra ninguém ouvir, pegava seu lápis e uma folha e fazia confissões em meio aos papéis. Ela tinha medo. Medo de que descobrissem de que aquela menininha aparentemente forte e feliz, na verdade era frágil, muito frágil. Mas ela sabia fingir bem. Ela aprendeu a esconder deus sentimentos. Afinal, quem se importava? Ela tentava esquecer. Mas seu coração era teimoso. Não obedecia a sua razão. Ela o amava. Pensava nele todas as noites antes de dormir. Ela só queria vê-lo feliz acima de qualquer coisa. Ela seria incapaz de magoá-lo. Ela se importava, e muito. Todos percebiam isso, menos ele. E o que ela sentia era amor. Um amor que ele não correspondia. E ela sofria. Sofria sozinha e calada. Ela errou. Errou em criar falsas expectativas. Em depositar suas esperanças em algo que não estava destinado a dar certo. Errou em depender dele para ser feliz. Mas ela ainda não conhecia nada da vida. Agora estava aprendendo. Aprendendo da pior forma. Aprendendo com a dor, com a rejeição. E quando ela conseguia dormir, o sofrimento continuava. Eram sonhos ruins que a atormentavam no meio da noite. Ela tinha medo e acordava. Mas era pior. A realidade era tão ruim quanto em seus pesadelos. Ela só precisava de alguém disposto a fazê-la sorrir. Alguém que percebesse que ela não estava bem mesmo quando ela aparenta estar. Alguém que lhe desse o ombro pra chorar. Que lhe desse o colo pra deitar. Que lhe desse carinho. Que lhe desse atenção. Alguém disposto a fazê-la feliz. E ela vai encontrar. Ela aprendeu a sofrer, mas não aprendeu a desistir. Ela ainda tem esperança. Ela tem fé. Ela sabe que merece. E sim, ela merece.’

quinta-feira, 2 de junho de 2011



Até quando as pessoas vão continuar me machucando? Até quando vão insistir em me decepcionar? Até quando? Dói. E não adianta dizer que vai ficar tudo bem, por que não vai. Cansei. Cansei de viver na ilusão.Cansei de enganar a mim mesma. As coisas não são do jeito que queremos e preciso aprender a me acostumar. As pessoas mudam, os sentimentos mudam. Eu estou mudando, graças a essa sociedade injusta que não sabe dar valor a quem realmente merece. As pessoas me enganam. As pessoas se enganam. Fingem sentir o que não sentem. Não falam o que pensam, não sentem o que falam e não se dão conta de que pior do que enganar o outro é enganar a si mesmo. Mentem tanto que passam a acreditar em suas próprias mentiras. Até quando? Os dias passam, as horas mudam e tudo continua igual. As mesmas dores, a mesma ilusão, o mesmo vazio. Os mesmos sentimentos, as mesmas vontades, as mesmas perdas. Como lidar? Vou aguentando.