sexta-feira, 26 de outubro de 2012


"Acontece que os últimos dias tem sido bem difíceis, desesperadores. Na verdade este último ano tem sido difícil, uma luta diária para manter-se de pé, para manter-se com fé. Dia após dia magoando aos outros, magoando a mim mesma, sem nem ao menos achar uma razão. Sentindo-me insuficiente para agradar àqueles que mais amo, que mais quero bem... e acabo-me aqui, escrevendo, desabando, como se isso fosse capaz de fazer algo mudar. E eu falo, falo, falo, como se ficar aqui me lamentando fosse ajudar a resolver alguma coisa ou achando que as pessoas tem a obrigação de me ajudar, me apoiar, me entender, quando na verdade elas não tem. Talvez agora eu mereça apenas ficar só... Daí paro e penso: Que merda é essa que estou fazendo comigo? Aonde foi que eu errei? Aonde comecei a errar? E sinceramente, não sei... Não, eu não sei lidar."

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Esquecer...



"Esquecer, esquecer, esquecer..." repetia a si mesma dia após dia. "Não olhar mais pra trás, sofrer nunca mais..." tornaram-se suas novas metas. Nova vida, novos sentimentos, pensamentos. Novo amor? Talvez. Talvez quando feridas passadas fossem cicatrizadas, quando fosse capaz de ter novas emoções, novas paixões. É, talvez. Talvez ela nem quisesse esquecer. Na verdade não queria. Até tentava, mas não conseguia. Um ou outro, mesmo que inocentemente, obrigada a lembrar. Lembrar do quanto foi feliz, ou de quando chegou perto de ser. Lembrar-se dos risos, momentos, até mesmo das brigas, das lágrimas e de como chegaram ao fim. Desde então fora assim, encontrava-o nos detalhes, sentia-o nas canções, enxergava-o em todos os lugares, encontrava-o em seus sonhos, imaginava-o nas poesias, nos contos de amor. A simplicidade do seu olhar, a docura de seu sorriso, a inocência de suas palavras, a perfeição dos seus jestos... Eras tão perfeito. Mass assim como uma nuvem se desfaz em dia ensolarados, seu amor se desfez. Sem motivo, sem razão, apenas acabou. Resumiu-se há um doce refrão, plágio de uma bela melodia. Teve um fim, assim como filmes, poemas, poesias, contos de fadas, assim como tudo um dia chega ao fim. Resolveu então seguir, mesmo que só, sem companhia, apenas seguir, ir em frente sem olhar pra trás. Reiniciou a escrita  de sua história com novo roteiro, novo final. Traçou uma nova rota, novo caminho. Escolheu ser feliz, apenas feliz, independente das perdas e das migalhas a que resumira-se seu coração. Aprendeu a aceitar e percebeu que não perdeu, livrou-se. Talvez levasse um grande tempo, talvez semanas,  meses, ou até mesmo anos para que percebesse que perdê-lo foi seu maior ganho, sua maior vitória, coisas melhores, pessoas melhores estariam por vir jntamente a sorrisos sinceros, verdadeiros e a tão esperada e merecida paz. Cogitou aceitar até dar-se conta de que "Deus sabe o que faz" e de que não tiraram-lhe um amor, mais sim excesso de dor. E aprendeu que nada, nada nessa vida é em vão, que em tudo e em todos há razão para aprendizado, que ser feliz é um dom, uma dádiva que nem todos conseguem desfrutar. Que o sol entrava aos poucos dia após dia por entre as falhas de sua janela para provar que em tudo há raios de vida, e que enquanto há vida, há esperança. E que a vida é que nem uma valsa que nos leva lentamente para lá e para cá, onde a felicidade é o seu par que a guia levemente no compasso da música, sem deixá-la cair, sem permiti-la desistir, as vezes rodopiando, desequilibrando-se, mas mantendo-se de pé. Sim, felicidade e mais nada. Bastava-lhe ser feliz, resolveu ser feliz, e foi ser.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012


“Andei por aí seguindo os rastros do que de nós restou. Não havia nada, nada de bom a se lembrar. Só quero olhar pra frente e esquecer você, saber o meu lugar. Você não sentia a minha falta, apenas necessitava da minha presença quando todos te esqueciam. Necessitava da forma como eu te tratava,  como eu me importava, como eu te lembrava, como ninguém jamais lembrou, como ninguém jamais se importou, como ninguém jamais tratou. Fui mais do que devia, mais do que você merecia. Emprestei o ombro para chorar, o colo para deitar. Doei-lhe carinho, atenção. Mas foi tudo em vão. Fostes incapaz de perceber, e de compreender que eu estava lá. Apenas eu, ninguém mais. Então mudei. Resolvi mudar, aceitar a vida como ela realmente é, como ela realmente deve ser. Mudei meus planos, meu roteiro. Reiniciei uma nova escrita, páginas de um novo livro, uma nova história com um diferente final. Olhei ao meu redor  e notei tantas coisas que não machucam, não destroem, não corroem. Notei tantos amigos, tantos lugares. Tantos livros, tantas frases, poemas, poesia. Notei a beleza da vida. Cansei de viver um sentimento ímpar, onde não há retribuição, não há recompensa. Cansei de amar só, de viver só. Cansei. Há uma vida inteira lá fora, uma vida convidando-me a ir contemplá-la, vivê-la. E eu vou. Vou seguir, sem espaços, sem vírgulas, sem pausas, sem receios…apenas seguir. Abrir meus olhos e ver o sol, voltar a enxergar o brilho das estrelas, valorizar até mesmo os pingos de chuva que, em dias frios, banham as janelas. Valorizar aos que eu mereço ter, a quem eu mereço ser. Valorizar a vida e ser feliz sem hora pra volltar, sem pressa de chegar.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012



“Anjo, meu pequeno… Lembra-se das nossas conversas? Em especial a primeira? Lembra-se da forma carinhosa que me tratava e do jeito carinhoso que eu te correspondia? Lembra-se de quando te fiz prometer que seria pra sempre e que nem a distância iria roubar você de mim? E você prometeu, você jurou que faria durar. Lembra-se de quando me mostrou aquela música, aquela mesma que você dizia lembrar nós dois? Confesso que até hoje a escuto com lágrimas nos olhos e dor no peito. Lembra-se de como eu era feliz? Lembra-se do quanto você me fazia feliz? Não se lembra, não é mesmo? Mas eu lembro. Lembro-me de cada detalhe, de cada gesto, cada sorriso, cada promessa. Lembro- me do tanto que precisei lutar por ti e do quanto tudo isto foi em vão. Lembro- me de quando cheguei a acreditar que dessa vez fosse ser diferente, mas não foi. Você se foi, como todos sempre fizeram, como todos sempre fazem. Se foi sem pensar em mim, sem pensar em nós. Se foi para nunca mais voltar, para nunca mais me alegrar. Se foi levando a melhor parte de mim e deixando um imenso vazio no lugar. Não importa onde estás, nem para onde vais, só espero que sejas feliz, eu também vou tentar.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

2011? Não foi o melhor, não foi o mais fácil, nem foi o mais perfeito. Foi o ano em que tanto me decepcionei, quebrei a cara, perdi pessoas que eu ainda pretendia ter, tive o coração despedaçado. Foi o ano em que tantas pessoas me magoaram, me feriram,partiram da minha vida. É, não foi nada fácil. Mas também foi o ano em que eu mais cresci, amadureci, aprendi. Foi o ano em que eu aprendi a lidar com as decepções com a cabeça erguida, e sorriso no rosto. Foi o ano em que eu aprendi a me levantar após cada queda, ignorar a dor e continuar seguindo em frente. Foi o ano em que eu aprendi quenão é em todo mundo que se pode confiar e que aqueles que você mais ajudou serão os primeiros a lhe virar as costas quando você precisar. Foi o ano em que aprendi que promessas não foram feitas para serem cumpridas, que eu te amos não foram feitos para serem verdadeiros e que amizades e amores não foram feitos para durar pra sempre. Aprendi que um dia tudo acaba, tudo tem um fim, e que esse fim pode vir a qualquer momento, e que por isso devemos aproveitar cada instante e viver cada segundo como se fosse o último. É, doeu, mas valeu. Cada risada, cada briga, cada lágrima, tudo valeu. Então, que venha 2012 e me traga toda a paz que 2011 me roubou.
Primavera, verão, outono ou inverno, passavam épocas, passavam estações, caim pingos de chuva, desciam pingos de lágrimas. E caíam com tanta força que chegava a doer, doer forte. Doer em seus olhos, doer em seu peito. E levavam as lembranças, levavam os momentos, mas deixava os piores sentimentos, deixavam as piores dores dores obrigando-a a suportar, aguentar sozinha e calada. E em meio aos seus desabafos, feitos em pápeis, pápeis que ela guardava para si, para que ninguém visse,para que ninguém lesse, sobrava-lhe apenas o vazio. Um vazio que ele deixou, e somente um outro alguém poderia preencher. Até que encostava sua cabeça sobre o travesseiro, e tentava dormir, mas não conseguia. Os pesadelos lhe atormentavam na escuridão. Então chorava, apenas chorava. E ao amanhecer tudo permanecia igual, as mesmas dores, os mesmos sentimentos, o mesmo vazio. Olhava-se no espelho e iniciava as sessões de ensaio. Ensaiava sorrisos, ensaiava olhares. Sorrisos que demonstrassem que ela estava bem, olhares que confirmassem. Colocava sua roupa de viver, ia atuar, e todos acreditavam.

Era tudo tao igual […] as mesmas pessoas, as mesmas dores, as mesmas angústias, as mesmas dúvidas, o mesmo vazioTudo tão monótono, faltava-lhe razão, sobrava emoção. Uma dor instigante, provocanteAo seu redor eram todos descartáveis,ela mesma era descartável. Usavam, abusam e deixavam de lado. Entravam em sua vida, bagunçavam, e partiam quando ela menos merecia, quando ela mais precisava.Uma dose de verdade, era disso que ela precisava. Uma dose de verdade nas palavras que ela ouvia. Uma dose de esperança também lhe faria bem. Esperança de que as cores voltassem a dar vida ao seu mundo que permanecia em preto e branco. Esperança de que o amanhã fosse capaz de aliviar. Esperança de que todo o vazio que habitava seu interior fosse preenchido. Perdia-se então a imaginar como seriam as coisas se ela tivesse agido diferente. Mas lamentar-se não fazia mais sentido, afinal, a vida não lhe daria a chance de tentar mais uma vez, nem traria de volta todos os que ela inevitavelmente havia perdido. Ela só queria ser feliz, mas ainda vai ser, pois ela merece, e muito.