terça-feira, 22 de novembro de 2011

Primavera, verão, outono ou inverno, passavam épocas, passavam estações, caim pingos de chuva, desciam pingos de lágrimas. E caíam com tanta força que chegava a doer, doer forte. Doer em seus olhos, doer em seu peito. E levavam as lembranças, levavam os momentos, mas deixava os piores sentimentos, deixavam as piores dores dores obrigando-a a suportar, aguentar sozinha e calada. E em meio aos seus desabafos, feitos em pápeis, pápeis que ela guardava para si, para que ninguém visse,para que ninguém lesse, sobrava-lhe apenas o vazio. Um vazio que ele deixou, e somente um outro alguém poderia preencher. Até que encostava sua cabeça sobre o travesseiro, e tentava dormir, mas não conseguia. Os pesadelos lhe atormentavam na escuridão. Então chorava, apenas chorava. E ao amanhecer tudo permanecia igual, as mesmas dores, os mesmos sentimentos, o mesmo vazio. Olhava-se no espelho e iniciava as sessões de ensaio. Ensaiava sorrisos, ensaiava olhares. Sorrisos que demonstrassem que ela estava bem, olhares que confirmassem. Colocava sua roupa de viver, ia atuar, e todos acreditavam.

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