terça-feira, 7 de agosto de 2012

Esquecer...



"Esquecer, esquecer, esquecer..." repetia a si mesma dia após dia. "Não olhar mais pra trás, sofrer nunca mais..." tornaram-se suas novas metas. Nova vida, novos sentimentos, pensamentos. Novo amor? Talvez. Talvez quando feridas passadas fossem cicatrizadas, quando fosse capaz de ter novas emoções, novas paixões. É, talvez. Talvez ela nem quisesse esquecer. Na verdade não queria. Até tentava, mas não conseguia. Um ou outro, mesmo que inocentemente, obrigada a lembrar. Lembrar do quanto foi feliz, ou de quando chegou perto de ser. Lembrar-se dos risos, momentos, até mesmo das brigas, das lágrimas e de como chegaram ao fim. Desde então fora assim, encontrava-o nos detalhes, sentia-o nas canções, enxergava-o em todos os lugares, encontrava-o em seus sonhos, imaginava-o nas poesias, nos contos de amor. A simplicidade do seu olhar, a docura de seu sorriso, a inocência de suas palavras, a perfeição dos seus jestos... Eras tão perfeito. Mass assim como uma nuvem se desfaz em dia ensolarados, seu amor se desfez. Sem motivo, sem razão, apenas acabou. Resumiu-se há um doce refrão, plágio de uma bela melodia. Teve um fim, assim como filmes, poemas, poesias, contos de fadas, assim como tudo um dia chega ao fim. Resolveu então seguir, mesmo que só, sem companhia, apenas seguir, ir em frente sem olhar pra trás. Reiniciou a escrita  de sua história com novo roteiro, novo final. Traçou uma nova rota, novo caminho. Escolheu ser feliz, apenas feliz, independente das perdas e das migalhas a que resumira-se seu coração. Aprendeu a aceitar e percebeu que não perdeu, livrou-se. Talvez levasse um grande tempo, talvez semanas,  meses, ou até mesmo anos para que percebesse que perdê-lo foi seu maior ganho, sua maior vitória, coisas melhores, pessoas melhores estariam por vir jntamente a sorrisos sinceros, verdadeiros e a tão esperada e merecida paz. Cogitou aceitar até dar-se conta de que "Deus sabe o que faz" e de que não tiraram-lhe um amor, mais sim excesso de dor. E aprendeu que nada, nada nessa vida é em vão, que em tudo e em todos há razão para aprendizado, que ser feliz é um dom, uma dádiva que nem todos conseguem desfrutar. Que o sol entrava aos poucos dia após dia por entre as falhas de sua janela para provar que em tudo há raios de vida, e que enquanto há vida, há esperança. E que a vida é que nem uma valsa que nos leva lentamente para lá e para cá, onde a felicidade é o seu par que a guia levemente no compasso da música, sem deixá-la cair, sem permiti-la desistir, as vezes rodopiando, desequilibrando-se, mas mantendo-se de pé. Sim, felicidade e mais nada. Bastava-lhe ser feliz, resolveu ser feliz, e foi ser.

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