quinta-feira, 2 de agosto de 2012


“Andei por aí seguindo os rastros do que de nós restou. Não havia nada, nada de bom a se lembrar. Só quero olhar pra frente e esquecer você, saber o meu lugar. Você não sentia a minha falta, apenas necessitava da minha presença quando todos te esqueciam. Necessitava da forma como eu te tratava,  como eu me importava, como eu te lembrava, como ninguém jamais lembrou, como ninguém jamais se importou, como ninguém jamais tratou. Fui mais do que devia, mais do que você merecia. Emprestei o ombro para chorar, o colo para deitar. Doei-lhe carinho, atenção. Mas foi tudo em vão. Fostes incapaz de perceber, e de compreender que eu estava lá. Apenas eu, ninguém mais. Então mudei. Resolvi mudar, aceitar a vida como ela realmente é, como ela realmente deve ser. Mudei meus planos, meu roteiro. Reiniciei uma nova escrita, páginas de um novo livro, uma nova história com um diferente final. Olhei ao meu redor  e notei tantas coisas que não machucam, não destroem, não corroem. Notei tantos amigos, tantos lugares. Tantos livros, tantas frases, poemas, poesia. Notei a beleza da vida. Cansei de viver um sentimento ímpar, onde não há retribuição, não há recompensa. Cansei de amar só, de viver só. Cansei. Há uma vida inteira lá fora, uma vida convidando-me a ir contemplá-la, vivê-la. E eu vou. Vou seguir, sem espaços, sem vírgulas, sem pausas, sem receios…apenas seguir. Abrir meus olhos e ver o sol, voltar a enxergar o brilho das estrelas, valorizar até mesmo os pingos de chuva que, em dias frios, banham as janelas. Valorizar aos que eu mereço ter, a quem eu mereço ser. Valorizar a vida e ser feliz sem hora pra volltar, sem pressa de chegar.

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